Com Lula preso, a temporada de caça aos corruptos está aberta!

Ricardo V. Malafaia     15/abr/2018

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Desde o início da Lava Jato, as condenações e prisões vêm sendo distribuídas entre empresários, políticos, ex-diretores de empresas públicas e privadas, doleiros, lobistas e tantos outros agentes que quase destruíram o país através de um mega esquema de corrupção. No entanto, embora a 1ª Instância já tenha condenado mais de 150 pessoas, o Supremo, por ineficiência, negligência ou conivência, ainda não julgou ninguém! Mas o tempo da impunidade pode estar com os dias contados.

E não, Marco Aurélio. Não são tempos estranhos. Apesar de todo o esforço a favor da impunidade por parte de Vossa Excelência e companheiros, são tempos muito bem-vindos. Relativamente atrasados, é bom frisar. Cerca de 500 anos! Mas felizmente, no STF, o trigo reforçado pela rosa vem ganhando do joio, de forma sucessiva, por um gol de diferença. Mas suficiente para devolver à nação uma esperança que parecia para sempre perdida.

Contudo, se essa esperança começa a tomar forma, forças não mais ocultas unem-se para impedir que o bem caminhe. Antigos arqui-inimigos tornam-se companheiros de longa data quando percebem que os seus centenários privilégios para roubar impunemente estão, de forma inédita, sob real ameaça.

Que a nação fique esperta! Por trás de declarações aparentemente bem intencionadas, encontram-se interesses escusos. Por trás de análises aparentemente coerentes, residem objetivos inescrupulosos. Por trás de articulações políticas não convencionais, planejam-se ações nefastas. Esta grande quadrilha em formação não medirá esforços para manter a impunidade de seus engravatados e togados salteadores. Para eles, o jogo do “tudo ou nada” já começou!

inimigo 2

Enquanto, por exemplo, a 1ª Turma do Supremo, a do trigo, deve tornar Aécio réu nesta semana, a 2ª Turma, a do joio, há poucos dias atrás, fez um carinho no genocida Cabral, trazendo-o para perto de seus familiares. Que meigo! A banda “tutti buona gente” desta Corte, dividida entre garantistas e companheiros, e encabeçada pelo inimigo número um do país, Gilmar Mendes, fará de tudo para defender a impunidade dos poderosos. Tão certo como dois e meio mais dois e meio são cinco! Cinco cavaleiros do apocalipse!

Em maio, o Supremo deverá concluir o julgamento do fim do foro privilegiado. Embora Toffoli tenha segurado o quanto pode, em parte, deste mal o país deverá livrar-se. Cairão nas reais garras da Justiça, além de Temer, caciques como Gleisi Hoffmann, Renan Calheiros, Garibaldi Alves, Jader Barbalho, Edison Lobão, Eunício Oliveira, Romero Jucá, Lindbergh Farias, Humberto Costa e tantos outros. Verdadeiramente, isso soa como música para os ouvidos da nação.

Por causa destas figuras, há tantas práticas absurdas com as quais temos sido obrigados a conviver. O país não mais suporta, por exemplo, as indicações políticas para cargos em empresas estatais. Este aberração está tão entranhada em nosso hábito republicano que, mesmo diante de todos os atuais holofotes, os políticos não se intimidam. Os Ministérios da Saúde, do Trabalho e de tantos outros não passam de quintais partidários. Somos efetivamente, há décadas, governados por um grande balcão de negócios institucional. Definitivamente, essa pouca vergonha tem que acabar. E o momento é esse!

Algumas pessoas, não muitas, felizmente, relativizam o combate à corrupção. Acreditam que a luta pela justiça social seja mais importante. Ora, por que será que o Brasil é o campeão da desigualdade social? Falando francamente, seja de Esquerda, de Direita, de Centro, de Lado ou de Ponta-Cabeça, os políticos poderosos brasileiros, com raras exceções, preocupam-se apenas em se manter onde estão. Para os pobres, vão os seus discursos. E deles, vêm os seus votos. Assim, para que esta compulsória simbiose perpetue-se, com o perdão da figura de linguagem, a pobreza e a educação ruim jamais poderão ter fim. Simples assim!

O que, de fato, estes bandidos mais temem? De um lado, a ação da parte boa da Justiça, de todas as instâncias. E do outro, a conscientização por parte da população. Para atuar junto à primeira, sepulvedas e pertences são as apostas dos ameaçados. E em relação à sociedade, uma vez que o projeto para cercear a imprensa afundou, as fichas têm sido concentradas na desinformação e na divisão.

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A sociedade brasileira precisa entender que a verdadeira luta não pode acontecer no campo ideológico, nem no político e nem no econômico. A luta que hoje importa deve ser travada entre cidadãos honestos e poderosos desonestos, que não querem abrir mão dos seus privilégios. E para ainda sustentarem algum apoio popular, não se furtam em desinformar. Desinformar para dividir.

A valer, não se compra um alfinete em órgão público federal, estadual ou municipal sem que a corrupção não esteja, de alguma forma, presente. Por isso o exemplo da punição dos poderosos é tão importante. Dizem que o exemplo vem de cima. E é verdade. Quando estas figuras estiverem devidamente encarceradas, o seu efeito será sentido em todo o país.

O momento é de união, pois irmãos não podem ficar separados. A Justiça fazendo o seu papel contra a impunidade, de um lado, e a sociedade consciente e unida exigindo que o país seja passado a limpo, do outro, formarão o melhor caminho para um futuro de prosperidade.

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Desejar justiça social sem priorizar o combate à corrupção é como tentar ficar em pé sobre o gelo. Não se sustenta, pois a consequência não pode vir antes da causa. Entretanto, ao combater a corrupção de forma efetiva, o desenvolvimento e a justiça social virão de mãos dadas. Que a caça aos corruptos comece. E que vá até o fim!

 

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5 comentários

  1. Ricardo, em relação ao texto costumo dizer o seguinte: cultura nas escolas e universidades, educação vem de berço. Muitas dessas pessoas que hoje clamam pela Lava Jato no passado flertavam ou caminhavam de mãos dadas com o ilícito, parabéns.

  2. Que a Justiça seja ágil……..tal como o,…….. “papa léguas”…..Senão prescreve e gerará impunidade……..ACORDA JUSTIÇA! !

  3. Perfeito , Para os pobres só no Discurso e para eles ,políticos, negociatas e enriquecimento com os votos dos desinformados .

  4. Parabéns Ricardo. Precisamos todos perceber este legado maldito que o PT deixou, dividindo os brasileiros nessa radicalização de opiniões e ideologias, fazendo com que o povo não perceba que nossa luta deve ser pela valorização da honestidade e do bem comum.

  5. Parabéns, mais uma vez, Ricardo, por suas ponderações e análise do momento delicado que vivemos. É bom que todos se conscientizem para que possamos viver um Brasil melhor.

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